AUTOMAÇÃO E SUSTENTABILIDADE: PASSAPORTE PARA O FUTURO – PARTE I

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Sem sustentabilidade, não haverá amanhã. E para obtê-la, a automação pode ser uma “mão na roda”

Texto: George Wootton

Fotos: Divulgação

A realidade é uma só: a sustentabilidade é o passaporte para termos algum futuro! Mas não podemos pensar em sustentabilidade apenas como uma forma de investir para economizar com o gasto de energia e outros recursos… Muitas vezes, veremos que nem sempre o investimento necessário para esta sustentabilidade se paga diretamente em sua conta de água ou de luz.

O investimento é pago pelo fato de contribuirmos para continuar a ter água, luz e outros recursos naturais de qualidade. Sem a preocupação com a sustentabilidade, a curva representando a disponibilidade de recursos naturais terá uma inclinação negativa tão rápida que não haverá tempo para reduzir o consumo por meio do aumento de preço (demanda e oferta). Então, precisamos pensar em sustentabilidade como uma questão de sobrevivência.

SUSTENTABILIDADE X CONFORTO

sustentabilidade

Se instalamos um sistema de aquecimento de água por energia solar, mas não acompanhamos sua eficiência por meio da medição da temperatura nos reservatórios e do consumo de energia elétrica dos aquecedores auxiliares, nunca saberemos dizer se o sistema está funcionando adequadamente, gerando a economia e a proteção dos recursos naturais que esperávamos quando investimos no sistema.

Da mesma forma, se instalamos um sistema de geração fotovoltaica, mas não prestamos atenção aos valores de energia produzida, também não saberemos se este funciona adequadamente ou não. O conceito de eficiência energética está minimamente ligado a acompanharmos o que está acontecendo. Também precisamos considerar que ninguém investirá em sustentabilidade sacrificando o próprio conforto. Então, qualquer solução de preservação de recursos deve ao menos manter o mesmo nível de conforto que as tecnologias passadas ofereciam.

Pensemos na iluminação, por exemplo. O uso de iluminação natural não é novidade, mas é pouco adotado, devido à dificuldade de controlar esta luminosidade de forma adequada. A entrada de luz sempre significa, também, a entrada de calor, um benefício sendo atrapalhado pelo seu efeito colateral. Ou, ainda, a luz natural poderá incidir em momentos não desejados, como os domingos de manhã. Então, é necessário controlar esta luminosidade com cortinas, persianas e telhados deslizantes, entre outros equipamentos. Entretanto, em certa manhã, suas cortinas estão abertas, deixando entrar um lindo dia de sol primaveril, aquecendo levemente sua casa. Mas você sai e se esquece de fechar a cortina – e quando volta, ao final do dia, encontra a residência extremamente aquecida, pois o sol incidiu sobre os móveis e tapetes durante boa parte do dia! A solução: ligar o ar-condicionado por algumas horas, até equilibrar tudo.

CONTROLE

O que faltou para esta ideia dar certo? Controle! Se você pudesse controlar a luminosidade também levando em conta a temperatura de um ambiente, provavelmente teria economizado energia, mantido o nível de conforto e recebido o selo de “Amante da Sustentabilidade”. E, para ter este controle, você precisa medir a temperatura e a luminosidade e ainda controlar as cortinas e o aparelho de ar-condicionado.

Mas, na eventualidade de não estar em casa, como você comandaria tudo isso? Ora – o processo teria que ser feito automaticamente. Seria necessária alguma ligação inteligente entre os sensores de temperatura e luminosidade e os comandos de cortinas e do ar-condicionado. Esta ideia só poderia ser implementada com um nível mínimo de “inteligência artificial”. Seria requerido um controle automático que obedecesse a uma inteligência pré-programada.

Já havíamos falado que precisamos de informações para garantir a eficiência da sustentabilidade. Agora sabemos que precisamos de mais informações, capacidade de comando e um grau mínimo de automatismo inteligente para avançarmos na sustentabilidade mantendo o conforto.

E um sistema de automação residencial pode assumir todas essas funcionalidades e muitas outras, ajudando a elevar o nível de sustentabilidade de uma residência. Controlar a luminosidade e a temperatura é uma função natural em um sistema de automação.

MUITAS POSSIBILIDADES

Quando um sistema de automação residencial é incluído no projeto de uma residência, seu foco maior é no conforto e na segurança. Ele será utilizado para controlar a luminosidade de um ambiente, pensando apenas no conforto e na praticidade. Será utilizado no home theater pensando apenas na facilidade que oferece. Quando é empregado para cuidar do perímetro de sua residência, controla as luzes apenas para assustar uma pessoa mal-intencionada.

Mas um sistema de automação bem escolhido e projetado pode fazer muito mais, além de aumentar a sustentabilidade da residência. Quer alguns exemplos? Bem, se você pensa em utilizar lâmpadas dimerizáveis para criar ambientes mais aconchegantes, saiba que um sistema de automação pode limitar a luminosidade máxima de suas lâmpadas para 80%, sem prejuízo notável na claridade e com diminuição do consumo e aumento da vida útil das lâmpadas.

Já se o sistema for utilizado para controlar todos os seus equipamentos de áudio e vídeo, a luminosidade e o aparelho de ar-condicionado do home theater, poderá ser incluída a possibilidade de desligar totalmente os aparelhos. Isto aumenta o nível de proteção no caso de problemas com a rede elétrica e ainda elimina o desperdício de ter todos os equipamentos em stand-by. Se tiver um jardim com irrigação, um sistema de automação pode utilizar informações de umidade do ar e do solo para determinar se (e por quanto tempo) o seu jardim precisa ser irrigado, gerando uma otimização na utilização de água.